The 2025 Conclave: Veja a Programação e Rito da Escolha do Novo Papa

Nesta manhã de 7 de maio de 2025, a Capela Sistina, com seus afrescos de Michelangelo, tornou-se o epicentro da Igreja Católica. Cento e trinta e três cardeais, representando 70 países, deram início ao conclave para eleger o 267º papa, sucedendo Francisco, que faleceu em 21 de abril. Este é o conclave mais global da história, reflexo da visão de Francisco de descentralizar a Igreja, reduzindo a influência eurocêntrica e elevando vozes das periferias. A missa Pro Eligendo Pontifice, realizada na Basílica de São Pedro, abriu o dia com uma chamada à orientação do Espírito Santo, enquanto os cardeais, sob juramento de sigilo, entraram em isolamento para votar.

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Para os aficionados por história e os 1,4 bilhão de católicos ao redor do mundo, este momento é mais do que uma eleição—é um espetáculo de tradição, política e fé. A fumaça preta ou branca da chaminé da Sistina, esperada ao final de cada sessão de votação, será o sinal de um processo que pode durar dias, mas que carrega a promessa de moldar o futuro da Igreja. Com debates sobre as reformas de Francisco e o perfil do próximo líder, o conclave de 2025 é um marco de diversidade e decisão.

O Conclave Mais Diverso da História

Raízes e Transformações

O conclave, do latim cum clave (“com chave”), é um ritual que remonta ao século XIII, formalizado por Gregório X em 1274 após a eleição mais longa da história, que durou quase três anos. A Ubi Periculum, sua constituição apostólica, estabeleceu o isolamento dos cardeais para evitar interferências externas, uma prática que persiste na Capela Sistina. Hoje, o processo é regido pela Universi Dominici Gregis de João Paulo II, com ajustes de Bento XVI, permitindo flexibilidade no início do conclave—como a decisão de antecipá-lo para 7 de maio, com todos os eleitores já em Roma.

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Este conclave se destaca pela sua composição: pela primeira vez, menos da metade dos votantes é europeia, com 36 cardeais das Américas, 23 da Ásia, 18 da África e 4 da Oceania. Francisco nomeou 108 dos 133 eleitores, muitos de regiões antes sub-representadas, como Mongólia e Papua-Nova Guiné. Sete brasileiros estão entre os votantes, incluindo Sérgio da Rocha, cotado por alguns como possível candidato. Essa diversidade reflete a globalização da Igreja, mas também o desafio de unir visões distintas em um consenso.

O Que Torna Este Conclave Único

  • Globalização: Com cardeais de 70 nações, o conclave é um microcosmo do catolicismo mundial, desafiando a histórica dominância italiana (17 eleitores) e europeia.
  • Legado de Francisco: As reuniões pré-conclave, segundo o O Globo, reforçaram o compromisso com as reformas de Francisco—contra abusos sexuais, por transparência financeira e em prol da inclusão. A nota oficial dos cardeais pedindo cessar-fogo na Ucrânia e no Oriente Médio ecoa sua agenda pacifista.
  • Sigilo e Tecnologia: Bloqueadores de celular e películas contraespionagem garantem o isolamento, enquanto a proibição de redes sociais mantém o foco na votação secreta.

A DW destaca que a ausência de um “sucessor natural” de Francisco intensifica a imprevisibilidade. Nomes como Pietro Parolin (Itália), Luis Antonio Tagle (Filipinas) e Matteo Zuppi (Itália) lideram as apostas, mas surpresas, como a eleição de Francisco em 2013, são possíveis.

O Processo em Ação

Como Funciona a Votação

O conclave começou com uma sessão inicial na tarde de 7 de maio, após a ordem extra omnes (“todos fora”) esvaziar a Sistina de não-eleitores. Cada cardeal escreve o nome de seu escolhido em uma cédula, sob a frase Eligio in Summum Pontificem (“Eu elejo como Sumo Pontífice”). São necessárias quatro votações diárias—duas pela manhã, duas à tarde—até que um candidato alcance dois terços dos votos (89 de 133). Após cada rodada, as cédulas são queimadas: fumaça preta indica nenhuma decisão; fumaça branca, a eleição de um papa.

Se não houver consenso após três dias, uma pausa de 24 horas para orações é feita. Após 34 votações sem resultado, os dois mais votados disputam um “segundo turno”, ainda precisando de dois terços. Os conclaves modernos, como os de 2005 e 2013, duraram dois dias, mas a história registra processos mais longos, como o de 1268-1271. O G1 nota que o Vaticano reforçou a segurança com detectores de metais e sistemas antidrones, garantindo a integridade do ritual.

Programação do Conclave

Horário Brasil**

5h – Missa Pro Eligendo Pontifice

11h15 – Juramento dos Cardeais

11h30 – Votação

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13h – Expectativa da primeira Fumaça

A transmissão será feita pelo canal Vatican News PT

Desafios e Expectativas

Forças e Tensões

Diversidade: A representação global permite um papa que reflita a Igreja do século XXI, potencialmente da Ásia, África ou América Latina, como Tagle ou Fridolin Ambongo (Congo).

Legado Reformista: A maioria dos eleitores, nomeada por Francisco, tende a favorecer um líder que continue sua agenda de inclusão, diálogo inter-religioso e foco nos pobres.

Espiritualidade: O ambiente da Sistina, com o Juízo Final de Michelangelo, reforça a gravidade da escolha, guiada, segundo a tradição, pelo Espírito Santo.

Desafios

Polarização: Embora o “centrão” domine, alas conservadoras, como Robert Sarah (Guiné), opõem-se às reformas, especialmente sobre temas como acolhimento a casais homoafetivos ou ordenação de mulheres.

Falta de Consenso: Com cardeais pouco familiarizados entre si, alianças podem demorar a se formar, prolongando o conclave.

Pressão Externa: Apesar do sigilo, interesses geopolíticos, como os de nações em conflito, podem influenciar indiretamente, como destacou Fabio Aderno à Jornal Nacional.

O perfil desejado, segundo a Santa Sé, é de um “pastor unificador”, com carisma para enfrentar guerras, polarização e secularismo. A escolha pode favorecer um moderado, como Parolin, ou surpreender com um outsider, como o brasileiro Sérgio da Rocha.

Um Novo Capítulo para a Igreja

O conclave de 2025 é mais do que uma eleição—é um momento de definição para a Igreja Católica. Enquanto os cardeais votam sob o olhar de Michelangelo, o mundo aguarda a fumaça branca que anunciará o próximo papa. Será ele um continuador das reformas de Francisco, um conciliador entre progressistas e conservadores, ou uma surpresa que redefinirá os rumos do catolicismo?

Acompanhe as atualizações e compartilhe suas expectativas: quem você acha que será o próximo pontífice?

Chicca Trends

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